O avanço tecnológico vem deixando efeitos colaterais pelo mundo, e o descarte dos materiais eletrônicos é um dos piores. As estimativas mais modestas calculam em US$ 62,5 bilhões perdidos em produtos jogados fora anualmente, valor maior do que o PIB de países como Uruguai, Paraguai e Bulgária.
Todos os dias mais de 100.000 computadores vão pro lixo nos EUA, um número assombroso. No Brasil, a situação não é diferente: descartamos mais de 1,2 milhão de toneladas de eletrônicos. De acordo com um relatório lançado em dezembro / 2018 pela Universidade das Nações Unidas e Sindicato Internacional de Telecomunicações, essa categoria de lixo é o que mais cresce no mundo todo. A maior parte dele, como é de se imaginar, não é reciclado. É simplesmente descartado, desperdiçando bilhões de dólares em materiais que poderiam ser recuperados.
Isso sem contar o risco ambiental. O relatório, apresentado no último Fórum Econômico Mundial pelo grupo Plataforma pela Aceleração da Economia Circular (PACE, na sigla em inglês) – uma iniciativa conjunta de especialistas da ONU, do próprio Fórum e do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável – diz que o contínuo lançamento de televisões, celulares, computadores e outros eletrônicos faz com que produtos de versões anteriores sejam descartados precocemente. Isso gera uma quantidade grande de lixo: 44,5 milhões de toneladas, em 2018.
Lixo eletrônico é uma ameaça crescente ao meio ambiente. Graças aos custos baixos de fabricação, é mais fácil que nunca para corporações injetarem milhões de notebooks, smartphones e outros eletrônicos no mercado. Companhias de eletrônicos querem que os consumidores continuem comprando novos produtos e acreditam que conserto e reutilização prejudicam seu lucro. Monitores velhos e televisões enchem armazéns por todo o país, e empresas como Apple e Microsoft até alam do problemão, mas muitas vezes suas práticas de negócio só pioram as coisas. Isso levou a um mundo onde as pessoas jogam fora aparelhos quebrados em vez de consertá-los, e esses iPhones, televisores e notebooks descartados estão envenenando o planeta.
O e-lixo geralmente não é biodegradável e possuem diversos componentes tóxicos em suas estruturas. Depois que perdem sua função, se o descarte desse lixo eletrônico for feito de modo incorreto, esses resíduos tóxicos podem contaminar o solo e os lençóis freáticos, colocando em risco a saúde pública. Segundo o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), cerca de 70% dos metais pesados encontrados em lixões e aterros controlados são provenientes de equipamentos eletrônicos descartados.
Desmontar e reciclar o e-lixo, que pode envolver partes queimadas, causa problemas de saúde. “Os trabalhadores sofrem com alta incidência de defeitos genéticos de nascença e mortalidade infantil”, escreveu o PACE. “Elementos tóxicos são encontrados no sangue de trabalhadores informais em depósitos de e-lixo, onde a queimada a céu aberto é usada para coletar material.”
Os equipamentos eletrônicos possuem diversos componentes tóxicos em suas estruturas. Depois que perdem sua função, se o descarte desse lixo eletrônico for feito de modo incorreto, esses resíduos tóxicos podem contaminar o solo e os lençóis freáticos, colocando em risco a saúde pública. .
Alumínio, antimônio, arsênio, berílio, bismuto, bromatos, cádmio, chumbo, cobalto, cobre, cromo, estanho, ferro, ftalato (derivado do pvc), lítio, mercúrio, níquel, prata, selênio, vanádio e zinco são os principais contaminantes encontrados no lixo eletrônico. A presença de tantos componentes tóxicos nos equipamentos eletrônicos é o que faz com que o descarte correto do lixo eletrônico seja tão importante.
No Brasil, uma das mais sérias iniciativas para lidar e acabar com essa preocupante situação já está em curso. O Grupo Iner, através da implantação de dezenas de usinas de reciclagem em todo o pais, possuirá, em seus Centros de Transformação Final - CTF´s, uma área específica para o tratamento de todo o material eletrônico, as chamadas UPE´s (Unidade de Processamento de Eletrônicos), separando seus componentes recicláveis e dando a destinação correta aos materiais pesados tóxicos, reaproveitando riquezas e evitando a contaminação e degradação do meio ambiente, fatores estes que geram graves consequências para a saúde humana e de animais.
Fonte: ecycle.com.br
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